Uma das maiores fontes de enganação no Brasil chama-se Espiritismo, uma seita surgida na França no século XIX fundada por um senhor chamado Hypolite Leon Denizar Rivail, também conhecido como Allan Kardec. Diferente daqui, lá na França o Espiritismo não cresceu, talvez porque o processo de enganar os desinformados seja mais difícil. No Brasil os centros espíritas se multiplicaram impressionantemente, tendo como líder máximo o mineiro Chico Xavier. Dispomos nesta matéria vídeos que explicam as fraudes cometidas por Chico Xavier e sua equipe, assim como reportagem da extinta revista O Cruzeiro, de 1964, sobre os truques usados nas sessões espíritas.
Graças
à inestimável ajuda de Guilherme Amaral Santos, o blog Obras Psicografadas
conseguiu as reportagens originais da revista O CRUZEIRO denunciando a farsa
das materializações de Uberaba que envolviam Chico Xavier, Waldo Vieira e
Otília Diogo. Guilherme é autor de vários vídeos na internet sobre Chico Xavier.
Capa de O CRUZEIRO, 01-02-1964
Neste número de janeiro de 1964, ainda não são feitas as acusações com
as provas fotográficas, que só virão na edição de fevereiro. 6 anos depois,
toda a farsa será revelada na edição de outubro de 1970 com as provas
materiais. Esta última edição será disponibilizada do dia do centenário de
nascimento de Chico Xavier, ou seja, 2 de abril.
A FREIRA
Josefa,
ou Maria José Domini, falecida há 17
anos, com véu e crucifixo, é a materialização mais freqüente que aparece nas
experiências mediúnicas da cidade mineira de Uberaba. Voz suave, ela conversa
com os presentes, espargindo no ambiente perfume de flores. Às vezes, afirmam,
chegam a descobrir a face, por alguns momentos.
JÚRI DE MÉDICOS FOTOGRAFA E DOCUMENTA EM UBERABA
FENÔMENOS DE MATERIALIZAÇÃO
REPORTAGEM DE JOSÉ FRANCO
FOTOGRAFIAS DE NEDYR MENDES DA ROCHA E DA EQUIPE MÉDICA
“O Cruzeiro” apresenta o mais completo documentário sobre a
“materialização de espíritos”, fenômeno parapsíquico relacionado com a
liberação de ectoplasma, denominado “quinto estado da matéria orgânica”, que
tem sido exaustivamente pesquisado pela ciência. Os depoimentos e as
fotografias desta reportagem são da responsabilidade de uma equipe de médicos,
de São Paulo e do Triângulo Mineiro, que assistiu e pesquisou durante três
meses numerosas experiências, sob controle, na cidade de Uberaba. As opiniões
foram registradas em discos, durante uma entrevista irradiada em programa da TV
Itacolomi, em Belo Horizonte, e que reproduzimos, guardando-nos da análise dos
fatos narrados.
AQUI aparecem nove dos dezenove
médicos pesquisadores que, desde setembro, vêm realizando experimentações
para o estudo das formas ectoplasmáticas na cidade-meca do espiritismo no
Brasil, Uberaba. Foram fotografados pelos próprios companheiros, momentos antes
de iniciar-se uma reunião, já sem paletó e gravata, conforme instruções da
equipe. Nenhum objeto material, a não ser os óculos, é permitido. Tudo para
evitar possíveis fraudes, no interior das câmaras experimentais de Uberaba.
NAS CÂMARAS DAS EXPERIÊNCIAS CIENTÍFICAS TOMAM-SE
CAUTELAS PARA EVITAR FRAUDES
OS MÉDICOS Elias
Barbosa e José Américo Junqueira de Matos estão atarefados no ato de
manietar, com correias e cadeados, numa cadeira, a sensitiva (médium) Otília Diogo, residente no interior
paulista, e através da qual se materializa a freira Josefa. Todas as cautelas são rigorosamente obedecidas pelos
pesquisadores, para evitar que os sensitivos se locomovam dentro da jaula, onde
são colocados, à porta trancada e rubricada pelos participantes.
POUCO depois desses cuidados, que têm como
objetivo evitar qualquer possibilidade de fraudes ou mistificações, já agora a
mesma médium Otília Diogo aparece no
interior da jaula gradeada, sendo,
de fora, fotografada por um dos médicos. Nota-se, com inteira clareza, que de
sua cabeça começa a ser expelida a matéria ectoplasmática,
uma espécie de nuvem branca, que dentro em pouco vai se transformar em espírito
materializado. Imóvel, de cabelos caídos sobre o rosto, a sensitiva permanece
em transe.
O DR. ELIAS BOAINAIM, ladeado pelo Dr. Oswaldo de Castro, mostra perante às câmaras de televisão a
foto, que aparece ao lado, da materialização da Irmã Josefa atravessando a jaula.
NA noite de 29 de
novembro, os telespectadores de Belo Horizonte e cidades circunvizinhas foram
surpreendidos, quando a TV Itacolomi,
através do Programa “Seqüência Atual”, transmitiu impressionante entrevista com
uma equipe de médicos de São Paulo e do Triângulo Mineiro que assistiu e
pesquisou, do ponto de vista científico, segundo afirmam, fenômenos de
materialização de espíritos e efeitos físicos ocorridos, nas últimas semanas,
na cidade de Uberaba, em reuniões que contaram com a presença dos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Estiveram frente às câmaras oito dos dezenove
médicos pesquisadores, os Drs. Elias Barbosa, professor de Farmacologia e
Terapêutica Experimental da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, de
Uberaba; José Hortêncio de Medeiros Sobrinho, radiologista do Instituto de
Cardiologia de São Paulo; Adroaldo Modesto Gil, professor de Psiquiatria e
Psicologia Médica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro; Elias
Boainaim, cardiologista do Instituto de Cardiologia de São Paulo; Eurípedes
Tahan Vieira, professor de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina do
Triângulo Mineiro; Oswaldo de Castro, cirurgião do Hospital das Clínicas de São
Paulo; Gil Perche de Menezes, Diretor do Hospital Psiquiátrico de Araras, São
Paulo; e Alberto Calvo, psiquiatra do Instituto de Neuropatas e Psicopatas do
Estado de São Paulo.
A MATERIALIZAÇÃO da irmã Josefa,
de mãos postas, deixa o interior da jaula onde está manietada a médium Otília
Diogo e começa a atravessar os varões de ferro. A poucos passos, um dos médicos
pesquisadores se posta, para colher o flagrante fotográfico, que irá comprovar
o que seus olhos acabam de ver. Além dos pesquisadores entrevistados,
participaram das experimentações em Uberaba, prestando depoimentos e
testemunhos, os seguintes médicos: José Américo Junqueira de Matos, Diretor do
Hospital Psiquiátrico de Marília, São Paulo; Sebastião de Melo, clínico de
Itumblara, Goiás; Ismael Ferreira de Rezende, ginecologista e obstetra da Casa
de Saúde e Maternidade Santa Clara, de Uberlândia, Minas Gerais; Milton Skaff,
cirurgião da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, Minas Gerais; Adelror
Alves de Gouveia, psiquiatra da Casa de Saúde São Judas Tadeu, de Ituiutaba,
Minas Gerais; Cleomar Borges de Oliveira, clínico de Rifânia, São Paulo;
Armando Valente do Couto, neuropsi-quiatra do Sanatório Nossa Senhora da
Aparecida de Campinas, São Paulo; Flávio Pinheiro, pediatra de Ibitinga, São
Paulo; Mário da Silva, clínico de São Paulo; Antônio Ferreira Filho,
radiologista de São Paulo; e Waldo Vieira, clínico de Uberaba. Saliente-se que
os pesquisadores referidos pertencem a todas as confissões religiosas, obtendo,
dessa forma, conclusões imparciais nas pesquisas, isentas de preocupação
religiosa ou proselitista, conforme asseguram.
O
FLAGRANTE mostra a materialização da
irmã Josefa, ao fundo, recebendo, das mãos do Dr. Waldo Vieira, e do médium Francisco
Cândido Xavier, um livro. Depois a forma materializada troca palavras com
os presentes, num diálogo que a todos impressionou vivamente.
DOIS MÉDIUNS, CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA, COMANDAM AS EXPERIMENTAÇÕES
ENTRE as grades da jaula de ferro, a freira, segurando o livro.
Depois, em outro
momento (foto ao lado), ela é fotografada ao lado do médium psicógrafo e
clínico em Uberaba, Dr. Waldo Vieira.
Este diz que tocou no seu braço.
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO
.
Participaram das reuniões de Uberaba, como médiuns de efeitos físicos e
ectoplasmia, D. Otília Diogo, do interior paulista, e os Srs. Walter Santos
Rezende, do Triângulo Mineiro, e Antônio Alves Feitosa, da capital de São
Paulo, os quais se submeteram às severas exigências dos pesquisadores, sendo
interrogados, examinados, manietados, algemados e presos dentro de uma jaula de
aço de duzentos quilos, fechada a cadeados rubricados. Segundo aqueles oito
médicos, cujos depoimentos foram gravados, tiveram o maior zelo em tomar todas
as medidas de precaução para evitar, nas reuniões de Uberaba, possibilidades de
fraudes ou mistificações. Assim — informam eles — vedaram completamente as
portas e janelas do recinto, revistaram todos os presentes, de modo a que
nenhum participante permanecesse com qualquer objeto de uso pessoal, excetuando
óculos, durante as reuniões.
Os homens compareceram sem paletó e gravata.
Verificaram a inexistência de saídas secretas ou alçapões, constatando-se a
impossibilidade normal de entrada ou saída de seres vivos ou de objetos, sem
que os pesquisadores presentes percebessem. Além disso, as cadeiras foram
numeradas com os nomes indicados e todos os participantes tiveram as costas
marcadas com sinais fosforescentes, para estarem continuamente localizados
dentro da câmara das experimentações e não se movimentarem sem serem
percebidos. Numerosos gravadores e dez máquinas fotográficas foram colocados em
todos os ângulos da sala. Revelam os médicos que as máquinas e os filmes
fotográficos foram igualmente rubricados e anotados (número, modelo, objetiva,
tessar, planar, filme, marca, sensibilidade, tipo, velocidade da máquina,
abertura, etc.) para afastar a hipótese de truques fotográficos. Assim todas as
possibilidades de fraude foram aparentemente abolidas. Ainda foram utilizados
nas comprovações científicas termômetros, barômetros, balanças,
condicionadores de ar, eletrofones, lanternas, “flashes” eletrônicos, além de
dois fumadores que documentaram todos os preparativos anteriores e as medidas
posteriores às experiências.
INTUITO CIENTÍFICO
Afirmam os pesquisadores que levaram a efeito seis experimentações de
setembro a novembro do corrente ano “obtendo-se cerca de quatrocentas
fotografias de espíritos e objetos materializados”, indicando-se dentro da
equipe as funções de cada um dos médicos para se comprovar, minuciosamente,
todas as ocorrências, ou seja, escalou-se o dirigente; os inventariantes do
material das experimentações; os cinegrafistas; os clínicos e psiquiatras que
submeteram os sensitivos (médiuns) aos exames clínicos antes e depois das
reuniões (inclusive com eletroencefalogramas); os responsáveis pelas gravações;
os encarregados de pesagem de todos os presentes; os executores de rubricas,
revistas, lacrações e vedamentos; os relatores dos trabalhos, etc. Digno de
nota é que todos os móveis, aparelhos e objetos, inclusive as vestimentas
usadas pelos “sujets” (médiuns) foram adquiridos e fornecidos pelos próprios pesquisadores,
que fizeram as experimentações no consultório de um deles.
.
Asseguram os médicos que “o intuito é científico; nenhuma intenção
religosa anima a equipe de pesquisadores”. Somente agora, depois de três meses,
na segunda fase das experimentações e atendendo a insistentes pedidos de
colegas interessados, é que se resolveu deixar aparecer os resultados obtidos
após pesquisas exaustivas e a comprovação unânime da autenticidade dos
fenômenos.
OS FENÔMENOS DE MATERIALIZAÇÃO
.
Além da materialização de espíritos — “que se apresentaram com véus e
desvelados, sob luz vermelha e “flashes” ou no escuro com luz própria” — os
médicos declaram que se registraram outros fenômenos, como sejam “levitação de
alguns objetos já colocados propositadamente pelos pesquisadores, “raps”,
pancadas, palmas etc, além da ligação direta pelos espíritos, da radiola; do
ligamento direto da luz elétrica e da dialogação dos espíritos com os médicos
através da voz direta”. Houve, ainda, “transporte de objetos, aspersão de
perfumes diversos em forma de chuva, ocorrências de luminosidades, sensação
táctil e toque nos espíritos materializados”. Entre os espíritos que se
manifestaram, destacam-se Alberto Veloso, “que se veste à moda oriental”; Adry,
um índio sul-americano; Japi, indiazinha de 7 anos, “que materializou uma gaita
(harmônica) tocando-a para os presentes”, e Irmã Josefa, falecida há 17 anos e
que se materializou em várias reuniões, ainda de acordo com as informações dos
médicos, “tendo oportunidade de conversar longamente com os participantes, além
de se deixar fotografar com os presentes e de se deixar tocar por eles”.
ENVOLTO NUM VÉU BRANCO APARECE O ESPÍRITO À MODA
ORIENTAL
.
Sobre esse fenômeno, revela o clínico e médium Waldo Vieira, conhecido
psicógrafo da cidade mineira de Uberaba:
“— Efetivamente, foram constatados quinze fenômenos diversos, sendo mais
importante as materializações de duas formas: Uma feminina e outra masculina. A
forma masculina é de um colega nosso, Dr. Alberto Veloso, que teve clínica,
segundo consta dos seus antecedentes, no Largo do Machado, no Rio. E a outra
entidade, uma forma feminina já célebre, pois o seu túmulo está sendo visitado
por centenas de pessoas, a da Irmã Josefa ou Maria José Domini, de cujas
fotografias do túmulo já dispomos, para publicação no livro resultante das
pesquisas e que terá o título de “Materializações — fenômenos de efeitos
físicos comprovados por uma equipe médica”. A Irmã Josefa, que se materializa
por intermédio da médium Otília Diogo, se manifesta com características que a
individualizam de modo categórico. O seu timbre de voz é diferente do da
médium, a sua fisionomia também o é. A sua compleição, ou seu biótipo, não se
assemelha também com o da médium Otília. Ela tem luz própria, voz própria, e
nós tivemos oportunidade de auscultar, de ver e pegar com os nossos dedos na
forma materializada”.
“— O senhor tocou no espírito?”
“— Eu toquei na sua mão e tiramos, mesmo, algumas fotos olhando para
ela, e aparecemos com ela na fotografia, junto com o Chico Xavier.”
“— Qual a impressão que teve ao tocar no espírito da Freira?”
“— Ela é um ser igual a qualquer outro. Nós pegamos no seu braço
esquerdo e na sua mão esquerda. A materializada estava envolvida por um véu,
uma espécie de filó, mas aprofundamos o dedo até encostar no seu braço e
achamos que é um braço igual a qualquer um nosso, apenas com a temperatura um
pouco mais baixa. Disso nós não temos dúvida, porque não é a primeira vez que
nós comprovamos fenômenos semelhantes.”
FRAUDE E PERFUME
.
Também o cirurgião Oswaldo de Castro, do Hospital das Clínicas de São
Paulo, dá a sua opinião. Segundo se afirma, êle compareceu em Uberaba para
“desmascarar o embuste”, porque jamais acreditara em materializações. Eis
algumas de suas palavras:
“— Antes de tudo, eu devo esclarecer que fui um dos elementos que mais
trabalharam no sentido de policiar as pesquisas”.
O senhor é espírita?”
“— Não, não sou espírita. E sendo assim, não acreditava no fenômeno de
materialização, e muitas vezes os criticava, achando mesmo que esses fenômenos
não passavam de fraude. Então, preconcebidamente, entrei nesta equipe de
médicos que pesquisavam esse assunto, desconfiando e procurando a existência de
alguma possível fraude. Observei, então, todo aquele ambiente, examinei o
consultório do colega, onde os trabalhos se desenvolveram, inclusive ó piso,
que era de mosaico, as paredes, o vedamento dos vidros, os aparelhos
existentes. Tivemos p cuidado de revistar todos os elementos que compunham o
grupo. Nenhum entrou de paletó, não se podia usar objeto algum, a não ser os
óculos. Tivemos o cuidado de fazer a revista mais perfeita possível, e depois
verificamos a posição das máquinas fotográficas e o que havia nelas. Fiz
questão de examinar todos esses detalhes, inclusive as j aulas para colocar os
sensitivos (médiuns), e esses foram algemados, amarrados com correias no
tronco, nas pernas, nos punhos e trancafiados a cadeados. Á porta da jaula foi
lacrada e rubricada por vários colegas. Estou convicto de que não houve
fraudes.”
Outro pesquisador, o médico Elias Barbosa, revela:
— Uma das medidas que se tomou antes das sessões e durante elas, e que
pude comprovar, foi a seguinte: pediu-se primeiro, a todos que não usassem
perfumes ao entrar na sala; em segundo lugar, houve uma revista geral dos
presentes antes de entrar no recinto, de modo que a possibilidade de alguém ter
entrado com perfume não existiu. E no entanto, esse perfume impregnou o
ambiente, quando apareceram as formas materializadas”.
“— Que tipo de perfume?”
“— É difícil definir a qualidade do perfume, que variava conforme as
entidades que. se manifestavam. A Irmã Josefa, por exemplo, se manifestava
envolta por perfume de flores. Alberto Veloso, quando se materializou, foi sob
uma onda de perfume semelhante a éter.”
“— Pode citar alguma prova concreta da aparição desses fenômenos?”
“— Há uma outra prova: eu dou muito valor às provas fotográficas. Se o
olho humano às vezes erra, a máquina fotográfica não falha, e algumas
fotografias que obtivemos são de ordem a não deixar dúvida nenhuma. Nós vimos
em algumas delas uma figura vestida de branco, a Irmã Josefa, atravessada pelos
varões da jaula em que estavam os médiuns, amarrados, manietados. E esta figura
parece que nunca poderia ser um médium e nem um assistente, porque essa figura
aparecia atravessada pelos varões da jaula.”
MÉDICO não espírita,
o Dr. Oswaldo de Castro (à esquerda), cirurgião das Clínicas de São Paulo,
ficou impressionado com o que viu, durante as experiências em que tomou parte.
Afirma que o fenômeno é autêntico, apesar de jamais ter acreditado que isso
pudesse ocorrer.
NOVOS HORIZONTES PARA A CIÊNCIA
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Para essa equipe médica, integrada de dezenove especialistas, fatos da
maior significação científica tiveram lugar nas reuniões Uberaba, abrindo-se,
assim, vasto campo pesquisas para a Medicina e numerosos outros ramos das
ciências. Disseram que, com o conhecimento mais profundo do ectoplasma (quinto
estado da matéria ou estado psicodinâmico, matéria liberada pelos médiuns de
efeitos físicos, sob determinadas condições físico-químico-biológicas,
responsável pelas materializações e demais fenômenos de efeitos físicos, trará
novos horizontes para a Ciência Médica, inclusive porque determinadas doenças
ainda incuráveis, de etiologia obscura, encontram terapêutica mais eficaz nas
aplicações da matéria ectoplasmática, tudo dependendo das pesquisas que devem
ser feitas doravante.
Sobre o assunto, esses mesmos médicos lançarão em breve,
um livro, contendo mais de 120 gravuras com fotos, fotocópias e desenhos, além
do estudo exaustivo dos sensitivos, que foram examinados, atestados,
depoimentos, fichas clínicas, antecedentes, relatórios, interpretações
hipóteses, classificações dos fenômenos contatados e conclusões finais, livro
esse, que exporá os resultados totais de suas pesquisas, sessenta depoimentos
de médicos brasileiros que já fizeram experimentações no mesmo sentido, “a fim
de que os meios científicos do Brasil e do Mundo possam receber subsídios para
um estudo mais aprofundado dos assuntos, aplicando os conhecimentos que agora
se desdobram, para proporcionar ao homem melhores condições de vida”.
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NOTA DO REPÓRTER
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O fantástico traz o impacto, e foi sob a ação dele que escrevi essa
reportagem. Ela se alicerça em fotos e informações de médicos que ocupam cargos
da mais alta responsabilidade em Minas Gerais e São Paulo. Não houve neste
texto, do princípio ao fim, nenhuma frase que denunciasse a opinião do
repórter. Esta será expedida em outra ocasião, se me for dada a oportunidade de
presenciar, com os próprios olhos, as pesquisas que a numerosa equipe médica
procede na cidade de Uberaba sobre este fenômeno que há séculos vem provocando
indagações tormentosas e para o qual a ciência não encontrou explicação: o
quinto estado da matéria. Graças ao inestimável auxílio do médium Ismael Ramos
das Neves e da jovem atriz de televisão Vanda Marlene, pude obter as
fotografias sensacionais e os depoimentos de vários pesquisadores, que tenho
comigo, gravados.
Para mostrar o espanto motivado pelo resultado das pesquisas
científicas, basta ouvir três palavras daquela artista da TV Itacolomi que,
antes, jamais acreditou, nos fenômenos de incorporação de espíritos à matéria.
Mas esteve presente a uma das experiências e bisbilhotou com olhos de repórter
toda a preparação que os médiuns e médicos realizavam para receber a visita do
“espírito materializado”.
“— Quando este surgiu” — confessa ela, agora, — “em meio à penumbra do
ambiente, e conversou comigo, fiquei tão aterrada que não consegui dominar meus
nervos. Convulsionada, chorei. Ao meu lado um dos médicos pesquisadores também
chorava e tremia, violentamente.”
O CRUZEIRO. 18 – 1
– 1964
OUTRA aparição de espírito incorporado à matéria foi de Alberto Veloso, que se diz morto há
anos, antigo médico do Largo do Machado, no Rio. Materializava-se vestido à
moda oriental, como é visto na foto, ajoelhado e pés descalços.
AMARRADO E MANIETADO O
MÉDIUM EXPELE A MATÉRIA ECTOPLÁSMICA PELA BOCA
AQUI aparece o médium Antônio Alves Feitosa liberando ectoplasma pela
boca, ladeado pelo médico Dr. Waldo Vieira e médium Francisco Xavier, e, pelas
costas, imóvel, o espírito incorporado da freira Josefa, ou Maria José Domini.
Em cima, os médicos Elias Barbosa
e José Américo Junqueira de Matos iniciando, o ato de manietar o sensitivo Walter Santos Rezende com cadeados e
correias.
O ESPÍRITO da freira, segundo o depoimento do médium Waldo Vieira, “se materializava com um
buquê de flores, outras vezes não”. Mas o que invariavelmente aconteceu é que
sempre trazia um diadema luminoso e uma estranha luminosidade à altura do
tórax. Envolvida pelo véu, uma espécie de filó, não se diferencia de qualquer ser vivo, sendo no entanto uma presença
suave que esparge perfume de flores.
Vídeo: http://afeexplicada.wordpress.com/2011/08/01/waldo-vieira-fala-sobre-farsas-de-chico-xavier/
Revista O Cruzeiro: http://obraspsicografadas.haaan.com/2010/resgate-histrico-revista-o-cruzeiro-de-18011964/
Revista O Cruzeiro: http://obraspsicografadas.haaan.com/2010/resgate-histrico-revista-o-cruzeiro-de-18011964/
Veja também neste blog: MONTEIRO LOBATO E AS SENHAS QUE DESMASCARARAM CHICO XAVIER - http://cacamentiras.blogspot.com.br/2012/11/monteiro-lobato-e-as-senhas-que.html