Os
partidos de esquerda no Brasil (PT, PC do B, PDT, PCB, PSB, PPL, PPS, PCO) e os
partidos de esquerda da América Latina, inclusive o Caribe (onde está
localizado Cuba) fazem parte do Foro de
São Paulo, que é a reunião de cúpula periódica deles. O primeiro encontro, para tratar da criação
do Foro, ocorreu em junho de 1990 em São Paulo, com a presença de Lula, um dos
idealizadores, conforme declaração dele mesmo:
Lula: “Queria dizer a todos vocês, que eu tô emocionado, porque faz muito tempo
que eu não participo de uma reunião do Foro de São Paulo. Parece que a última
foi no Parlatino, em São Paulo, em 2005, mas muito de passagem. E eu lembro,
quando tivemos a idéia de construir o Foro
de São Paulo. E aí veio a idéia... conversando com os COMPANHEIROS CUBANOS
no primeiro momento, de fazermos uma reunião da ESQUERDA LATINO-AMERICANA. E
fizemos, em São Paulo, no Hotel Danúbio, que já não existe mais, em junho de
1990, a nossa primeira reunião.”
Nestas
reuniões, eles NÃO SE DENOMINAM SOCIALISTAS, NEM COMUNISTAS, que são realmente,mas
usam o termo PROGRESSISTAS, DEFENSORES DA DEMOCRACIA, isso sendo uma grande
incoerência, porque são solidários ao regime autoritário venezuelano ou a
ditadura dos Castro em Cuba, conforme mensagem de Lula, um dos fundadores do
Foro:
Lula: “Companheiros
e companheiras, em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós
imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos onde chegamos. Naquela época, A
ESQUERDA SÓ ESTAVA NO PODER EM CUBA. Hoje, governamos um grande número de
países, e mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro tem uma
influência crescente na vida política e social. Os GOVERNOS PROGRESSISTAS estão
mudando a face da América Latina. Graças a eles, o nosso continente se
desenvolve de modo acelerado, com crescimento econômico, criação de empregos,
distribuição de renda e inclusão social. Hoje, somos uma referência
internacional de alternativa vitoriosa ao Neoliberalismo. Claro que há muito o
que fazer. Os fatos ocorridos por exemplo em Honduras e no Paraguai mostram o
quanto ainda precisamos lutar para que a DEMOCRACIA prevaleça em nossa região.”
Lula menciona no vídeo “os fatos
ocorridos em Honduras e no Paraguai”, pois em Honduras o ex-presidente Manuel Zelaya, um esquerdista do
Partido Liberdade e Refundação foi deposto pelos militares em junho de 2009.
Manuel Zelaya
Zelaya governava desde 2006 e, segundo os militares,
ele foi acusado de corrupção e pretendia incluir nas cláusulas das
eleições presidenciais de novembro deste ano uma consulta sobre a
possibilidade de mudar a Constituição do país para poder se reeleger.
Essas foram as razões para sua deposição. Em novembro de 2013 houve eleições
gerais, com vitória do candidato Juan
Orlando Hernández, do Partido Nacional de Honduras. A candidata do partido de
Zelaya, Xiomara Castro, sua esposa, só obteve 28,78% dos votos. Como
justificativa para a humilhação nas urnas, Zelaya apelou para o velho argumento
da fraude eleitoral, opinião sustentada apenas por ele.
Fernando Lugo
No Paraguai, o Senado do Paraguai aprovou em junho de 2012 o impeachment do presidente Fernando Lugo, por 39 votos favoráveis,
contra 4 (e duas abstenções). Considerado culpado por deputados e senadores, o
chefe de estado foi automaticamente afastado do cargo - ele é o primeiro
presidente a ser destituído na história do país. A
comissão de acusação apresentou documento com cinco argumentos contra o
presidente:
Massacre de Curuguaty;
Protesto de grupos socialistas na sede das Forças Armadas, com a aprovação de
Lugo, considerado um desrespeito à ordem nacional; Assinatura arbitrária de um
controverso protocolo, o que foi visto como um atentado à soberania da
República; Incapacidade do presidente em
conter a insegurança que assola o país; Instabilidade causada no campo,
especialmente em Ñacunday, devido às
invasões de terras, que teriam sido facilitadas por Lugo.
A
tensão entre sem-terra e "brasiguaios", como são chamados os cerca de
350 mil brasileiros e seus descendentes que começaram a migrar para o Paraguai
em busca de terras baratas nos anos 60, alcança seu ápice em Ñacunday
e explica por que a maioria da comunidade apoiou o impeachment do presidente paraguaio Fernando
Lugo. Primeiro presidente esquerdista
na história recente do Paraguai, Lugo era
apontado por grandes proprietários de terra como um aliado dos sem-terra.
Segundo fazendeiros "brasiguaios", enquanto permaneceu no cargo, ele
estimulou ocupações, o que teria provocado uma escalada na violência no campo.
O
governo brasileiro, ao saber do ocorrido com Fernando Lugo, despachou para Assunção
no meio da noite o brasileiro Antonio Patriota, que apareceu sem aviso prévio no Senado paraguaio
e o venezuelano Nicolás Maduro, futuro presidente da Venezuela, baixou sem ser
convidado na sede do Poder Executivo. O emissário de Dilma tentou anular a
decisão quase unânime do Senado e reinstalar Fernando Lugo na presidência da
República. O enviado do então presidente Chávez fez o que pôde para convencer
os chefes das Forças Armadas a desfazer com um golpe de Estado o que fizera o
Poder Legislativo. Ambos fracassaram miseravelmente.
Quando
se referem a Cuba, mentem dizendo que lá existe democracia, como ocorreu em
setembro de 2013, durante seção plenária da Câmara dos Deputados em Brasília,
onde estavam presentes o Ministro da Saúde Alexandre Padilha e o médico cubano
Carlos Joio. O tema era o Programa Mais Médicos, do Governo Federal. O médico
cubano corrigiu Padilha, que mencionou o “modelo de democracia” cubana,
lembrando que lá o regime é a ditadura, mas o ministro foi defendido por
alguém, negando que ele (o ministro) tenha afirmado isso. Houve discussão, pois
o médico cubano reafirmou o que ministro havia dito sobre o “modelo de
democracia” cubana. Veja no trecho seguinte:
Alexandre
Padilha: “O que nós estamos trazendo praqui,
pro Brasil, não é o REGIME CUBANO, não é o seu modelo econômico, não é o SEU MODELO
DE DEMOCRACIA...“
Carlos
Jorge: “... senhor deputado, bom dia a todos. Meu nome é Carlos, Carlos Jorge,
sou cubano, brasileiro por naturalização, moro aqui em Brasil a doze anos, e
fui convidado hoje para falar sobre o Programa Mais Médicos. Primeiro, o
ministro falou em sua fala inicial da democracia em Cuba. Senhor ministro, EM
CUBA NÃO TEMOS UMA DEMOCRACIA, TEMOS UMA DITADURA. Segundo lugar...”
Deputado
Ronaldo Caiado: “Senhor, presidente, eu peço respeito do Plenário,
principalmente a um convidado, por favor, presidente, peça que... pessoas podem
não concordar mas respeitem o...”
Defensor
do ministro: “O ministro NÃO FALOU que não há democracia ou que há, em Cuba. O
ministro NÃO TOCOU NISSO!”
Carlos
Jorge: “Sim, falou! O ministro falou!”
Outro
parlamentar: “Não falou!”
Presidente
da sessão: “A palavra... por favor...”
Apreço
a ditadores não é novidade entre militantes esquerdistas, pois se todos seguem
a mesma ideologia marxista, são considerados “companheiros” de causa, até mesmo
os integrantes das FARC, Forças Revolucionárias da Colômbia, um grupo armado
de guerrilha atuante nas selvas colombianas, em conflito com o governo
constituído. São criminosos que recorrem a atentados terroristas para conseguir
seus objetivos, conforme noticia a imprensa local:
Esse mesmo grupo terrorista é reverenciado pelos integrantes do Foro de
São Paulo. Manuel Marulanda Vélez,
codinome de Pedro Antonio
Marín, foi o fundador e comandante em chefe das FARC. Morreu em 26 de março
de 2008, de um
ataque cardíaco em um lugar desconhecido.
Manuel Marulanda Vélez
Sua morte só foi divulgado dois meses
depois pelas FARC. No XIV Foro de São Paulo neste mesmo ano, o presidente da
Nicarágua, Daniel Ortega, um
ex-guerrilheiro, presta condolências à família do companheiro esquerdista falecido:
Narrador: “... além disso, os membros do Foro,
que se dizem contra o uso da violência, ficam tentando justificar a existência
das FARC. O presidente da Nicarágua (Daniel Ortega) até lamentou a morte do
chefe dos terroristas colombianos: ‘Eu quero prestar minha condolência, minha solidariedade,
para com as FARC e para com a família do comandante Marulanda.’”
Raul Reyes
Raul Reyes, o nº 2 no comando das FARC foi morto
numa operação militar nas selvas do Equador em março de 2008. Apesar de ser um
problema do governo colombiano, o então presidente da Venezuela Hugo Chávez, na ocasião, expressou suas
condolências e revolta com a morte de Reyes, conforme mostra o vídeo abaixo:
Chávez:
“Diario Vea: ‘Assassinado com um míssil
Raul Reyes em território equatoriano.’ Vemos esta é a forma de fazer jornalismo.
Essa é a verdade. Essa é a verdade. É a verdade. A imprensa da oligarquia
anuncia de outra maneira. A oligarquia colombiana disse que foi um combate. Não
foi nenhum combate! Foi um covarde assassinato! Um covarde assassinato! Todo friamente
preparado, e a verdade vai saindo, a verdade vai aflorando.”
Como
prova da ligação das FARC com os integrantes do Foro de São Paulo, o próprio
Chávez relata como conheceu Raul Reyes, em um daqueles encontros esquerdistas,
inclusive com a presença de Lula:
Chávez:
“Prestamos homenagem a um bom revolucionário que foi Raul Reyes. Eu o conheci pessoalmente.
Eu o conheci pessoalmente. Eu o conheci. Recordo-me quando ele saiu da prisão em
1994, e andava por essas ruas de Caracas, essa Praça Caracas, neste bairro, e
aquele povo... eu recebí o convite para participar em 1995 ao Foro de São
Paulo, estabelecido aquele ano em São Salvador. Convite feito por um bom amigo comandante
revolucionário falecido a pouco... Shafik
Handál... e lá fui parar em São Salvador... e uma das pessoas que conheci
naquela ocasião, eu conheci a Lula, entre outros.”
Shafik Handál
Shafik
Handál foi uma das principais lideranças políticas de El Salvador no século XX. Filho de imigrantes palestinos, Handal iniciou a militância em 1949, quando estudava Direito na
Universidade
de El Salvador. Foi
exilado no Chile, em 1950, durante o governo de Óscar
Osorio, e na Guatemala, em 1960, sob José María Lemus. Handal inicia
sua relação com o Partido Comunista
Salvadorenho (PCS) no começo dos anos 60, após regressar do
exílio. Schafik integra a União Democrática Nacionalista (UDN), composta
por membros do Partido Comunista, para que ascendessem ao poder por meio de
eleições, seguindo a linha dos partidos pró-União Soviética.
Contudo, na década seguinte, a UDN, integrante da União Nacional
Opositora (UNO), teve seus objetivos frustrados por sucessivos golpes de
estado. Mesmo vencendo as eleições presidenciais de 1972 e 1977, a UNO não pôde
assumir o poder graças à intervenção das Forças Armadas de El Salvador. Handal, no cargo de
secretário-geral do PCS desde 1973, se torna defensor de uma revolução
comunista no país. Estimulados pelo Partido Comunista Cubano, os comunistas de El Salvador partem para a luta
armada.
As
forças de esquerda que se decidem pela oposição belicosa contra o governo
formam a Frente
Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN).
Durante a década de 80, e com Schafik Handal em seu comando, a FMLN realizou
extensivas operações de guerrilha, de modo a controlar territórios do país e
derrubar o governo central, que era apoiado pelos Estados
Unidos. O conflito se tornou, na
prática, uma guerra civil,
que, durante 12 anos, levou à morte de 75.000 salvadorenhos.
Handal participou
das negociações para uma trégua entre o governo e a Frente, alcançada em 1992. Com o fim da guerra, a FMLN foi legalizada como um
partido político, e Handal foi eleito seu primeiro coordenador-geral. Em 1995, sob o comando de Handal, foi anunciada a dissolução de
todas as entidades políticas integrantes da Frente, inclusive o Partido
Comunista Salvadorenho. Em 1997 Handal é escolhido líder da bancada legislativa da FMLN,
cargo que ocuparia até sua morte, por ataque cardíaco fulminante
em janeiro de 2006, após regressar de viagem à Bolívia, onde acompanhara a cerimônia de posse de Evo Morales.
Nas reuniões desses partidos de
esquerda, eles ficam tão à vontade que soltam a língua e confessam coisas que
jamais seriam ditas em uma entrevista, como ocorreu com Lula, diante da platéia
de colegas comunistas e disse que Chávez, falecido em março de 2013, tentou um
golpe de estado na Venezuela:
Lula: “...
muita paciência! Eu lembro que na reunião do Foro de São Paulo em El Salvador,
nós não deixamos o Chávez participar, porque tinha... Chávez tinha tentado o
golpe na Venezuela e nós não deixamos ele participar.”