Segundo a Constituição Federal, vivemos em “um Estado democrático de Direito”, ou seja, o regime político vigente é a Democracia (forma de governo em que prevalece a vontade da maioria do povo), mas o que ocorre de fato é que não sabemos fazer valer nossa vontade quando se trata de atitudes antiéticas dos nossos representantes, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.
Todo trabalhador sabe o peso da carga tributária cobrada no Brasil e o valor inversamente proporcional no retorno deste desconto em benefícios como saneamento, moradia, estradas, unidades de saúde e demais serviços essenciais. O que muita gente não observa é o desperdício de dinheiro do contribuinte com anúncios publicitários sem sentido, praticado pelos nossos governantes.
De acordo com o mercado publicitário, um anúncio na TV em horário nobre – das 20:00h às 22:00h - cobrado pela emissora líder de audiência varia entre R$ 150.000,00 e R$ 300.000,00 referentes a 30 segundos! Então assistimos comerciais da Petrobrás, a empresa estatal que detém o privilégio exclusivo de distribuir combustíveis para todos os estados da federação. Se ela tem exclusividade, qual o sentido de um anúncio comercial tão dispendioso?
Mas a Petrobrás não é a única nesta mordomia custeada pelo contribuinte. Basta lembrarmos os comerciais da ECT, também chamada Correios. Não existe outra empresa responsável por entrega de correspondências operando no Brasil, principalmente porque a Constituição não permite. Contudo, propagandas dos serviços dos Correios também são veiculados na TV e demais mídias. Enquanto isso, faltam médicos nos hospitais, leitos, equipamentos, as escolas são mau aparelhadas, as estradas continuam esburacadas e o número de favelas aumenta.
Outro exemplo de desperdício do nosso dinheiro são as propagandas de prefeituras e governos estaduais para divulgar as suas obras, como saneamento de ruas, construção de creches, escolas e conjuntos habitacionais, reformas em praças e monumentos, ou seja, eles fazem questão de anunciar SUAS OBRIGAÇÕES COMO REPRESENTANTES ELEITOS.
O ex-presidente Lula disse que os recursos para as obras dos estádios empenhados na Copa do Mundo de 2014 seriam de responsabilidade do setor privado, mas agora estão sendo utilizados recursos do FGTS, o Fundo de Garantia do trabalhador brasileiro, sem que ninguém proteste. Aliás, protestar pelos seus direitos não é uma característica forte do nosso povo. Em 2010 ouve uma mobilização através das redes sociais para promoção de uma Marcha Contra a Corrupção, que deveria reunir um grande número de manifestantes em frente ao Congresso.
O resultado foi a concentração insignificante de vinte e dois mil cidadãos empunhando faixas de repúdio à corrupção, um motivo de piada. Em contrapartida, manifestações fúteis como a Parada Pelo Orgulho Gay, um evento anual, leva mais de dois milhões de manifestantes às ruas. Enquanto não aprendermos a lutar por causas mais sérias, os maus políticos continuarão a fazer farra com nosso suado dinheiro.